A lista da Empresa Companhia Telephonica da época aponta
que o local onde os motoristas ficavam era denominado de 'ponto de automóvel' e
seus veículos eram chamados de 'carros de praça'. Embora hoje os pontos de taxi
e taxistas estejam espalhados por diversos cantos da cidade, naquela época, não
era assim. Havia poucas opções e
uma delas estava situada na lateral da igreja Matriz. Era o ‘Ponto da Matriz’,
primeiro ponto de táxi da cidade.
É o que conta Eduardo Lucas, um dos primeiros condutores
de 'carros de praça' da Capital. Conhecido como 'Coruja', apaixonou-se por
automóveis aos dez anos, quando lavava carros de dia e vendia jornais à noite.
Em 1959 tornou-se chaufeur, tendo conduzido personalidades como Garcia Neto,
Frederico Campos, Bento Lobo, Rodrigues Palma, senador Canelas, Vicente Emilio
Vuolo, Anildo Lima Barros, Filinto Müller, João Ponce de Arruda, Pedro
Pedrossian e até autoridades do governo Federal.
Antes da implosão da igreja, no final dos anos 60, os
três motoristas da foto despediram-se do Ponto da Matriz exibindo seus Chevrolets.
Da esquerda para à direita estão Irênio Luís Amorim (Corujinha), no centro,
Justino Joaquim Santana (Mussum) e à direita Eduardo (Coruja). Na sequência
surgiu o ‘Ponto do Porto’, perto do Bar Lar Carioca, que abrigava quatro carros
dirigidos por Berilo, Tite, Lauro e Zelito. Depois foi a vez do ‘Ponto Santo
Antônio’, localizado em frente aos Correios.
Coruja se emociona ao lembrar velhos tempos e de colegas
como Pedro Zeferino de Paula, que tinha um Chevrolet com buzina tipo flauta.
Conta ainda sobre Ernestino de Sá, que dirigiu para o prefeito Leonel Hugney;
Aristides dos Santos, motorista de dom Aquino Correa e sobre o amigo Ernande,
que o incentivou a seguir a profissão. Dirigente do sindicato dos taxistas
de Cuiabá, fundado em 1943, Eduardo é homenageado com o ponto de táxi de n° 4
da praça Rachid Jaudy, antiga praça Santa Rita, que leva seu nome.
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