O escritor José Antonio Tenuta, o Zeca Tenuta, registrou
– quiçá! – as melhores ‘máximas dos cuiabanos’ em sua célebre obra ‘Cuiabá da
Tchapa e da Cruz’, editado pela Entrelinhas.
E não esqueceu dos apelidos de personagens mais
folclóricos da velha Cuiabá. Conta-nos o autor sobre um sujeito que tinha por
apelido Pó Dexá e diz ser indivíduo de boa índole que andava pela cidade
fazendo pequenos biscates, principalmente vendendo bilhetes de loteria. Ficou
mais conhecido quando foi contratado para ser porteiro de um dos mais grotescos
cabarés da cidade, o Nove de Julho.
Esta boate foi e continua sendo palco de muitas histórias que marcaram época da
boemia cuiabana. Ficava aberta o dia todo e era de praxe as mulheres contarem
os minutos da chegada dos assíduos frequentadores (foto iliustração: Toulouse
Lutrec).
O nosso personagem aparecia somente depois das cinco horas da tarde, que,
durante seu afazer como porteiro, costumava responder com o infalível termo “Pó
dexá” toda vez que um frequentador do lugar dizia não ter dinheiro. Em seguida,
era liberada a entrada.
Com este comportamento de porteiro, tá na cara que Pó Dexá perdeu emprego ao
ser descoberto o seu jeitinho para facilitar entradas, mas sua lembrança está
guardada na memória de muitos que estão lendo esta surpreendente história. Não
é?
O conteúdo produzido pela equipe do Almanaque Cuyabá aborda a historicidade cuiabana com textos de jornalistas e autores consagrados. Pela idoneidade das fontes e pelo valor histórico dos conteúdos publicados, o Almanaque é reconhecido como verdadeiro baú da memória cuiabana.
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