Vera Capilé, “...pelos córregos da vida.”

por André Santana 15 de março de 2021 0 comentários

Vera Capilé  nasceu em Dourados – Mato Grosso do Sul e descende de família de cantores e músicos da velha guarda, das serestas e do chorinho.

Vive em Cuiabá desde os 11 anos. Sua cultura musical é influenciada pela vivência com as fronteiras do Paraguai, elaborando a fusão melódica que construiu nosso rasqueado com o som das rezadeiras, com o siriri, a viola de cocho, o ganzá nas influencias da bacia pantaneira. Esse ponto de encontro de tantas culturas sanoras forjou voz e atitude que abrigam uma diversidade étnica e cultural de riqueza ímpar, transitando pela música sagrada e profana. Vera cantou em público pela primeira vez aos 5 anos já iniciada no piano, aos 11 anos começa a aprender a tocar acordeom, estudando com Dunga Rodrigues.

Casou-se muito cedo, deixando a carreira de cantora quando já havia recebido convite para gravação com produtor da RCA Victor. Aos 45 anos volta a cantar e entrega-se de corpo e alma ao trabalho musical, formando uma banda de acompanhamento e centrando forças na luta pela união dos artistas do Centro Oeste e da Amazônia numa rede batizada de “Nós do Mato”. Em 2004 foi selecionada para o Projeto Pixinguinha (referencia na cultura e na música brasileira) apresentando-se em shows desde Brasília a Roraima, junto com músicos como Juarez Moreira, Renato Braz, Nivaldo Ornellas e a cantora e compositora Simone Guimarães.

No ano seguinte participou em Paris, no Ano do Brasil na França. Apresenta-se também com orquestras como a Sinfônica de Mato Grosso e Sinfônica da UFMT. É cidadã cuiabana, tendo recebido vários outros títulos e condecorações pela sua contribuição na cultura e na música. Desenvolveu uma série extensa e crônicas intituladas “...pelos córregos da vida.”, defendendo o protagonismo na luta pela preservação ambiental e pela vida. É compositora, tendo musicas gravadas em seleções na diversidade de compositores de Mato Grosso. Sua verve artística acolhe nos palcos o encontro das artes exercendo com força e expressão amorosa sua fala e canto no encontro da língua portuguesa e espanhola.

Desenvolve parceria permanente com o músico e compositor Abel Santos, na identidade trazida dos sons primais da viola de cocho, da bruaca, do adufo e do ganzá. Ancorada na cultura dos Cerrados, Pantanal e Amazônia, interpreta músicas desde compositores regionais até concertos que incluem compositores como Villa Lobos, e o encontro predileto com cirandas. Seu canto é universalista.


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André Santana

André Garcia Santana (30) reside em Cuiabá desde 2012. Jornalista, Assessor de imprensa da OAB - Seccional Mato Grosso. Assessor de imprensa da Prefeitura de Cuiabá, repórter no site Olhar Direto, atuou no Sesc MT e também colabora com o Almanaque Cuyabá de Cultura Popular.

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