Liu Arruda, uma revolução no teatro mato-grossense

Cuiabá-MT
(1957 – 1999)

Elonil de Arruda nasceu na década que o universo da dramaturgia se expandia, principalmente com o surgimento do Teatro de Arena que nos anos seguintes foi responsável por formar grandes personalidades do mundo artístico no Brasil. O ano de 1968 foi um marco para a cultura e política, época em que nosso personagem dá início à sua trajetória artística com espetáculos apresentados no Colégio São Gonçalo, fazendo a dublagem de “Balada para um Louco”. Nesse início, conquistar um lugar cativo na história da comédia em Mato Grosso é algo que não cabia ainda nos seus sonhos.

Com popularidade acima do normal e faro aguçado para a dramaturgia, o filho de dona Tanita Marques de Pinho Arruda surgia como Liu, o nosso Liu Arruda. Afinal, grandes histórias fogem de roteiros previsíveis.

Na década de 1970, enquanto nacionalmente o Teatro de Arena realizava a remontagem de Zumbi para percorrer um circuito internacional, Liu Arruda participa em Cuiabá, com Ivan Belém, do Grupo de Teatro “Pequenos Gigantes”, do Sesi. Foi com Ivan Belém que Liu forma

uma dupla de grande sucesso, " Creonice e Comadre Nhara". Reduto de diversos artistas e inspiração para produção cultural nacional, o Rio de Janeiro foi a cidade escolhida para Liu cursar a faculdade de Comunicação Social. Quando volta à Cuiabá,

retoma a carreira artística, inspirando-se na identidade cuiabana. Por um curto período, também trabalha como repórter da TV Centro América, filiada da Rede Globo. Artista múltiplo, atuou ainda como professor, por 10 anos, nas áreas de Educação Artística, Teatro e Redação.

Como resultado de uma das trajetórias mais brilhantes na cultura em Mato Grosso, em mais de 25 anos de carreira, Liu interpretou quase 40 personagens e fez centenas de apresentações teatrais. Participou também em diversas novelas na TV Bandeirantes, na extinta TV Manchete

e participação especial na novela “Suave Veneno”, da Globo. Além do teatro, manteve coluna em jornais e ainda lançou o CD, " Ocê qué vê, escuta”.

Com Liu Arruda, o teatro mato-grossense teve um dos períodos de maior efervescência cultural, além de inspirar uma geração de atores e humoristas no Estado.