Abandonada e no total esquecimento, Usina de Itaicy resiste ao tempo e à história

por Editoria 25 de junho de 2021 0 comentários
De propriedade do lendário Antônio Paes de Barros, o Totó Paes de Barros, que foi presidente do Estado, a edificação começou a ser erguida em 11 de junho de 1896, sendo concluída e entregue 14 meses depois / BANCO DE DADOS AC

A Usina Itaicy, distante 40 quilômetros de Cuiabá, no município de Santo Antonio de Leverger, está em ruínas, mas ainda preserva os traços de um período glorioso do ciclo do açúcar. Itaicy é um dos 40 Pontos de cultura existentes em Mato Grosso e faz parte do complexo de 13 usinas que movimentaram a economia do Estado no final do século XIX até meados da década de 1950.

 

Seu período de esplendor deu-se entre 1900 e 1920, época em que empreendimento chegou a ter moeda própria, aceita em toda a área do rio Cuiabá. Foi o primeiro estabelecimento de Mato Grosso a contar com energia elétrica e era a quarta maior usina do país.

 

De propriedade do lendário Antônio Paes de Barros, o Totó Paes de Barros, que foi presidente do Estado, a edificação começou a ser erguida em 11 de junho de 1896, sendo concluída e entregue 14 meses depois. Estima-se que cerca de 1.000 operários trabalharam em sua construção. A inauguração aconteceu em 1º de setembro de 1897.

 

Máquinas e equipamentos foram importados da Europa e chegaram ao local por transporte fluvial. As peças chegavam desmontadas em pequenas embarcações. A tecnologia permitiu que Totó Paes passasse à história como o precursor da industrialização em Mato Grosso. Destaca-se a sofisticação da estrutura, audaciosa para aqueles tempos.

 

 A indústria revolucionou ao oferecer, além de energia elétrica, casas de empregados, água encanada, marcenaria e serraria, escola e biblioteca.Era ainda ponto de troca de informações políticas e econômicas. Depois de considerável redução da atividade industrial, contudo, desativou suas moendas por volta da década de 1930.

 

De lá para cá, Itaicy ficou abandonada, porém nunca esquecida por conta da sua imponência e pela constante associação a Totó Paes de Barros, um dos personagens mato-grossenses mais controversos. Em 1984 a usina foi tombada pelo Patrimônio Histórico Estadual.


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