Período entre 1719 - 1730

by Elizabeth Madureira Siqueira 23 de março de 2021 0 comentários
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8/4/1719

Embora os registros apontam a data de fundação de Cuiabá ao dia da lavratura de sua ata, em 8 de abril de 1719, há que se mencionar, porém, que entre 1673 e 1682, os bandeirantes paulistas Manoel de Campos Bicudo e Bartolomeu Bueno da Silva já haviam subido o rio Cuiabá até a sua confluência com o rio Coxipó-Mirim, onde montaram acampamento no local por eles batizado de de São Gonçalo. Manoel de Campos Bicudo foi um bandeirante pioneiro na penetração do Oeste brasileiro, no início do século XVII. Com o seu filho António Pires de Campos, foi o primeiro bandeirante a atingir a região da atual cidade de Cuiabá. Antônio Pires de Campos, ainda criança, acompanhou a expedição de Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhangüera, até a mitológica Serra dos Martírios, que nunca foi localizada novamente. No final de 1717, seguindo o mesmo caminho do seu pai - Manoel de Campos Bicudo - , Antônio Pires de Campos chegou ao mesmo local, rebatizando-o de São Gonçalo Velho. Um ano depois, nessa região, onde hoje vivem atualmente ribeirinhos e ceramistas, encontraram uma aldeia de índios Bororó. Muitos foram aprisionados em combate e levados para São Paulo como escravos. Paralelamente à extração do ouro, os bandeirantes paulistas continuaram a buscar uma mercadoria que, segundo eles, abundava nos sertões brasileiros: os índios. Foi em seu encalço que as expedições de Antônio Pires de Campos, seguida da de Pascoal Moreira Cabral, atingiram terras que pertenceriam, mais tarde, a Mato Grosso. Pires de Campos, em 1718, localizou os índios nativos das margens do rio Coxipó-Mirim, chamados, pelos bandeirantes, de Coxiponé. A bandeira de Pascoal Moreira Cabral seguiu ao encalço desses índios, dando-lhes violenta guerra, na qual foram perdidos muitos homens, de lado a lado. Depois de serem socorridos por outra bandeira capitaneada pelos irmãos Antunes Maciel, resolveram seguir para o Arraial de São Gonçalo Velho, ou Aldeia Velha, onde haviam deixado alguns homens acampados. Logo após uma das refeições, alguns integrantes dessa bandeira, lavando os pratos nesse rio, encontraram, casualmente, pepitas de ouro. Estavam descobertas as minas em território mato-grossense. 1719 Em 8 de abril de 1719, Pascoal Moreira Cabral enviou, até a vila de São Paulo, Fernão Dias Falcão, a fim de levar a boa nova da descoberta. A notícia do novo achado aurífero fez acorrer, para as minas do Coxipó, grande quantidade de pessoas das mais variadas partes da Colônia. Exauridas rapidamente, deram nascimento a uma outra, também no rio Coxipó, porém às margens do córrego Mutuca, onde foram encontradas jazidas de ouro. Essa mina ensejou o nascimento de mais um arraial, a que deram o nome de Forquilha. Colocaram-no sob a proteção de Nossa Senhora da Penha de França, padroeira desse segundo achado aurífero e, como era de costume, ali ergueram uma capela em homenagem à santa.

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Elizabeth Madureira Siqueira

Graduada em História, Mestre em História Social e Doutora em Educação pela UFMT. Tem experiência e produção nas áreas de História e Educação, com ênfase no contexto regional mato-grossense. Membro da Academia Mato-grossense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso. e Curadora da Casa Barão.

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